data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
De hoje até o próximo dia 16 de setembro passa a valer um dos pontos altos do calendário eleitoral à corrida municipal: o prazo das convenções partidárias. No quinto maior colégio eleitoral do Estado, com 204,2 mil eleitores - e, portanto, apta a uma disputa em segundo turno -, a prefeitura de Santa Maria é alvo de cobiça e de desejo por, ao menos, seis pré-candidatos.
O Diário conversou, nos últimos dias, com os postulantes e presidentes das siglas para mapear o cenário que o eleitorado de Santa Maria encontrará a partir do próximo dia 27 de setembro, quando está aberta a temporada de caça aos votos (nas ruas e na internet). São seis pré-candidatos (confira no quadro) e 21 partidos em uma sopa de letras pragmáticas onde impera, não raro, a busca por tempo de rádio e de TV.
Há, por enquanto, duas chapas governistas. A primeira, por motivos óbvios, é a do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), que buscará a reeleição. A outra, que deriva do próprio governo, é a de Sergio Cechin (Progressistas), atual vice-prefeito, que tenta descolar da gestão. Mas, ao mesmo tempo, tem o desafio de creditar a ele os acertos da atual administração.
Já no bloco oposicionista, há outras quatro candidaturas munidas de argumentos e de entendimentos que os rumos da municipalidade não vão bem. Porém, uma situação, une todos os seis pré-candidatos: o combate à pandemia e os desafios que irão implicar na saúde e na economia a partir de 2021.
CRIATIVIDADE
A reportagem conversou com o advogado Antonio Augusto Mayer dos Santos, especialista em Direito Eleitoral, que entende que larga na frente aquela campanha que for criativa, ousada e que saia do lugar comum.
- A campanha de 2020 será feita com bandeira no carro, pessoas colocadas nas esquinas estrategicamente com bandeiraços, pessoas pedalando de bicicleta com identificação visual dos candidatos e, talvez utilizando máscaras identificadas. E uso dos aplicativos de mensagens e redes sociais. Isso, contudo, causará um inchaço nas caixas postais e uma provável repulsa do eleitorado.
Já a carreata será facilmente adaptada ao momento atual, diz Mayer. E quanto aos comícios virtuais, ele avalia como algo sem "eficácia" e " incapaz de empolgar ".
O CENÁRIO LOCAL
Confira, abaixo, as pré-candidaturas à prefeitura de Santa Maria**:
Cidadania: Evandro de Barros Behr e Carla Kowalski
Evandro de Barros Behr (foto ao lado)
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- É filho do ex-prefeito de Santa Maria, Evandro Behr, que ocupou o cargo de 1989 a 1992
- Tudo indica que a chapa será pura
- Em 2000, foi candidato à prefeitura como vice de Cezar Schirmer (MDB). Eles perderam o pleito para Valdeci Olveira (PT)
- Pré-candidatura tem o apoio do Democracia Cristã (DC)
- Em 2002, foi candidato a deputado estadual pelo então PMDB, mas não se elegeu
- Behr foi diretor-técnico do FGTAS por cerca de cinco anos nos governos Rigotto (MDB) e Yeda (PSDB)
- Advogado e empresário, aposta em uma terceira fase de desenvolvimento, em uma referência aos outros dois ciclos de crescimento (malha ferroviária e o surgimento da primeiras instituições de Ensino Superior)
Carla Kowalski
- Filiada ao Cidadania, é enfermeira e doutoranda em gerontologia
- Tem perfil técnico e trabalha no plano de governo para a área da saúde
- É a favorita de Behr para a composição da chapa
PDT/PSB: Marcelo Bisogno e Fabiano Pereira
- A coligação conta ainda com o PCdoB, PV e Rede e leva o nome de Frente Ampla Democrática e Trabalhista
Marcelo Bisogno (foto)
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- Filiou-se, pela primeira vez, ao PDT em 1991 e teve a ficha abonada por Leonel Brizola, durante vinda dele a Santa Maria
- Em 1999, deixou o partido após uma disputa interna
- Foi filiado de 1999 a 2001 ao PT
- De 2001 a 2004, foi vereador pelo PT
- Em 2007, já de volta ao PDT, foi secretário de Esportes do então prefeito Valdeci (PT); e, em 2011, ocupou a Mobilidade Urbana (de Schirmer, MDB)
- Na eleição de 2012, foi o vereador mais votado do pleito com 8 mil votos
- Já no pleito de 2016, em chapa pura, Bisogno ficou na quinta colocação com 12,5 mil votos
Fabiano Pereira
- Já foi vereador, secretário municipal de Saúde (de 2001 a 2002), deputado estadual (por dois mandatos)
- Presidiu a Assembleia Legislativa e esteve à frente da CPI do Detran, durante o governo Yeda (PSDB), na época em que eclodiu a Rodin
- Durante o governo Tarso Genro (PT), foi secretário de Justiça e dos Direitos Humanos
- Foi filiado por 26 anos no PT e, em 2016, mudou para o PSB
- Na eleição de 2016, concorreu como o candidato governista de Cezar Schirmer (MDB) e ficou em 3º lugar com 20,2 mil votos
- Entre 2017 e 2018, esteve à frente da Secretaria Estadual de Obras, Saneamento e Habitação na gestão do então governador José Ivo Sartori (MDB)
Progressistas/MDB: Sergio Cechin e Francisco Harrisson
- A coligação que leva o nome de Abraça Santa Maria tem ainda o apoio do PL, Avante, Podemos, Patriotas, PRTB e SD
Sergio Cechin (foto)
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- Foi vereador (por seis mandatos), presidente do Legislativo (por duas vezes), vice-prefeito de 1993 a 1996, ocupou cargos nos governos de Antonio Brito e de Germano Rigotto, ambos do MDB, além de ter sido secretário de Habitação na gestão Schirmer (MDB)
- Busca, agora, pela primeira vez ser prefeito do quinto maior município do Estado
- Elegeu-se em 2016 ao lado de Jorge Pozzobom
- Porém, em março deste ano, anunciou que concorreria pelo Progressistas à prefeitura
- Com mais de 40 anos de vida pública, é engenheiro civil formado pela UFSM, também atuou na rede pública de ensino
Francisco Harrisson
- Médico traumatologista, major do Exército, elegeu-se, pela primeira vez, vereador em 2016, com 2,1 mil votos pelo MDB
- Em 2018, concorreu a deputado federal, quando fez 8,8 mil votos
- Depois, foi secretário de Saúde por quase um ano do governo Pozzobom
- Está frente do maior desafio de sua recente carreira política
PSDB/PSL: Jorge Pozzobom e Rodrigo Decimo
- A frente pró-reeleição do prefeito Pozzobom conta ainda com o apoio do PTB e do DEM
Jorge Pozzobom (foto)
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- Iniciou a vida pública ainda como vereador nos anos 2000
- Foi deputado estadual (duas vezes), secretário de Estado (no governo Yeda) e de município (na gestão Schirmer)
- Em 2012, concorreu pela primeira vez a prefeito. À épóca, ficou em terceiro lugar com 26,2 mil votos
- Na eleição de 2016, elegeu-se prefeito em votação inédita decidida no 2º turno, quando obteve 73 mil votos
Rodrigo Decimo
- Engenheiro civil e empresário, já comandou por duas vezes a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacism)
- A filiação ao PSL ocorreu por meio de convite do presidente estadual da sigla, o deputado federal Nereu Crispim
- Em abril deste ano, Pozzobom esteve reunido com Decimo. Do encontro, veio a sondagem do tucano ao empresário para concorrer à prefeitura com ele
- Agora, em agosto, as tratativas se intensificaram e Decimo, ao que tudo indica, assumirá o desafio ao lado de Pozzobom
PT/PSD: Luciano Guerra e Marion Mortari
- A coligação deve ficar mesmo com o PT e o PSD
Luciano Guerra (foto)
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- Vereador no segundo mandato. Em 2016, foi o parlamentar mais votado com 4,2 mil votos
- Já foi subprefeito, por dois mandatos, do distrito de Palma
- É conhecedor das demandas do homem do campo
- Radialista, com experiência de mais de 20 anos, é a aposta de quebrar o jejum do PT e levar o partido ao comando do município
Marion Mortari
- O segundo mais votado da eleição de 2016, com 3,5 mil votos, é o vice na chapa
- Antes de ser do PSD, Mortari foi do PP (hoje Progressistas) quando, em 2008, elegeu-se vereador
- Ligado ao campo, Mortari é também um nome conhecido da zona rural
- Ele foi subprefeito de Pains por três mandatos
Republicanos: Jader Maretoli e Maria Helena Rodrigues)
- Chapa pura
Jader Maretoli
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- Concorreu pela primeira vez à prefeitura em 2016
- À época, foi quarto colocado com quase 19,5 mil votos
- Foi, até este ano, secretário adjunto de Esporte e Lazer de Eduardo Leite (PSDB)
- Concorreu, em 2018, a deputado estadual e fez 7,8 mil votos
- Aposta no fato de ter sido secretário de Estado para provar ao eleitor que ganhou experiência e conhecimento da máquina pública
- Pastor e evangélico, Jader, como gosta de ser chamado, quer ser o "candidato da família e da renovação da política local"
- Antes ainda de concorrer, de 2011 a 2014, quando era filiado ao Solidariedade, foi coordenador da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS/ Sine) na gestão do então governador Tarso (PT)
Maria Helena Rodrigues
- Tem mais de duas décadas de atuação na área educacional (junto à rede estadual)
- É filiada ao Republicanos desde o fim do ano passado
- Moradora do Bairro Nova Santa Marta, foi uma das primeiras líderes comunitárias do local a pleitear por demandas dos moradores
- Negra, professora e líder comunitária, ela é a aposta de elo com nichos que são, historicamente, negligenciados
*Colaborou Rafael Favero
**Os pré-candidatos estão apresentados conforme ordem alfabética dos partidos